Condenáveis (Leonardo Torres)

Autor: Leonardo Torres

Páginas: 145

Editora: Publicação Independente

Condenáveis conta a história de Leonardo (ou Leozinho) e Trovão, que têm um péssimo relacionamento de ‘filho e pai’, por este justamente não cumprir seu papel como tal, que não é somente "pagar uma pensão para não ir para a cadeia".

 Após descobrir que seu pai era um dos envolvidos na “Operação Guilhotina”, acusado de repassar informações e vender armas para traficantes no Rio de Janeiro, a relação deles literalmente desmorona, mas tudo começa lá atrás, na infância.

 Desde pequeno, Leonardo tinha uma certa ‘estranheza’ com seu pai, não suportando suas visitas de fim de semana, seus presentes caros e sua companhia, mas sempre tinha que tolerar por causa do ‘acordo’.

“Dizem que as crianças já nascem conectadas às mães,

por causa do cordão umbilical, e que os pais têm que conquistar

essa conexão depois que o bebê nasce. É por isso que as mulheres podem ser verdadeiras vacas com os filhos, que eles

continuam amando-as e buscando justificativas para os seus

atos. Mas os homens não têm esse privilégio. Não sei qual o

prazo para que os pais criem laços invisíveis, mas fortes, com

seus filhos, mas meu pai não foi bem sucedido nessa tarefa.

Minha impressão é que ele assumiu que eu já o amava apenas

por chamá-lo de pai, como me indicavam. Mas eu não amava.

Não se ensina a amar.”

Primeiro livro que li em e-book, então demorei um pouco para terminá-lo. Primeiro que o livro veio assim: num dia eu vi o seu lançamento e no dia seguinte estava com o livro em mãos olhos e eu agradeço muito ao Leonardo por ter me enviado a obra, tendo a oportunidade de ler um livro maravilhoso, estava precisando de livros diferentes, enfim...

 “Condenáveis” me fez refletir em vários aspectos, é um livro que pode ser considerado bonito pela coragem do Leonardo em se expor de tão forma. O livro me fez rir em vários momentos, por algumas comparações do Leozinho (kkk), a linguagem é leve e convidativa e por isso se torna fácil e rápido de se ler.

 “Meu pai não pensou nisso. Nunca ligou para saber se eu

estava bem ou se ainda tinha um teto para viver. Não se

interessou pelo meu drama, como acredito que pais normais

fariam, participando ativamente da situação. Eu podia ir para a

rua ou até mesmo morrer que ele não se importava. De novo, me

deixou na mão. E essa eu não perdoei. Se para ele tanto fazia a

minha existência e sobrevivência, eu agiria da mesma forma.

Ser pai não é depositar pensão para não ir preso.”

 Todos sabem que o papel de pai é mais do que ‘depositar a pensão’ e sim acompanhar os momentos fáceis e difíceis de seu filho, e parecia que Trovão estava a apenas exibindo o seu, aparentando a seus amigos ser um ‘ótimo pai’.

 Recomendo para todos, é uma leitura maravilhosa e tocante!