A Menina Que Roubava Livros (Markus Zusak)

Autor: Markus Zuzak

Páginas: 480

Editora: Intrínseca

O livro conta a história de uma garota chamada Liesel, que logo no início tem que se despedir da mãe e ir morar com outra família. Porém nem tudo está perdido, já que ela ainda tinha seu irmão para lhe acompanhar na nova casa, só que no caminho ela tem seu primeiro encontro com a Morte. Liesel não sabe ler e escrever ainda, e começa sua grande carreira como leitora e ladra de livros logo no enterro do irmão, onde rouba O Manual do Coveiro.


A chegada na Rua Himmel é complicada: uma mulher estressada e briguenta, Rosa Hubermann, que não a recepciona de uma maneira, digamos que amorosa, para uma garota que havia acabado de deixar a mãe biológica e perder um irmão inesperadamente. Sua nova mãe. Mas esse era seu jeito.

Hans Hubermann é um homem calmo, sensato e que parece sempre dizer a coisa certa. É ele que consegue baixar a guarda de Liesel, fazer com que ela aprenda a ler e com o tempo eles se aperfeiçoam de uma maneira belíssima. 

A narrativa de A Menina que Roubava Livros é espetacular, narrada pela Morte, porém, ela não é retratada de maneira perversa ou ruim. Mas de certa forma, gentil.

"Esqueça a foice, diabos, eu precisava era de uma vassoura ou um rodo. E precisava de umas férias.

UMA VERDADEZINHA

Eu não carrego gadanha nem foice.

Só uso um manto preto com capuz quando faz frio.

E não tenho aquelas feições de caveira que vocês parecem gostar de me atribuir à distância.

Quer saber a minha verdadeira aparência?

Eu ajudo. Procure um espelho enquanto eu continuo."

Alemanha nazista, fiéis fanáticos e judeus massacrados. Ambientado dessa forma, A Menina Que Roubava Livros consegue encantar de uma forma magnífica. Mas a narrativa foi o que mais me chamou atenção. Narrar um livro pela Morte, com suas descrições sinistras do recolhimento de almas, com sacadas irônicas e inteligentes e um conhecimento profundo daquilo que diz foi um dos fatores que me fez gostar imensamente do livro. Tanto também por ter me identificado um pouco com certas situações, ou melhor, com a Liesel.

Rudy Steiner é uma graça de pessoa! "Só um beijo, Saumensch" Um dos motivos de mais graça no livro, ao meu ver.

São raros os livros que me fazem derramar lágrimas e A Menina Que Roubava Livros participa desses poucos, foi inevitável. O livro corre de forma similar a O Caçador de Pipas (não resenhado), que também é excelente.

Com o tempo, Liesel descobre que sente imenso prazer em roubar obras, sempre que tem a oportunidade e ao passar do tempo sua leitura vai se evoluindo gradativamente, para um garota que era motivo de chacota na escola.

Vemos toda a luta dos judeus da época nazista, uma sociedade hitlerista e bombardeios destruidores de vidas. Só posso recomendar a todos que o leiam. Mas esqueça todos os comentários e leia, simplesmente. 

De início a leitura pode ser um pouco lenta, mas tenho certeza que tudo o que vem pela frente vale a pena!