Condenada (Chuck Palahniuk)

Título original: Damned
Autor: Chuck Palahniuk

Páginas: 304

Editora: LeYa
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Madison Spencer tem 13 anos e é filha de dois astros do cinema – diretor e atriz -, uma garota rodeada de luxos e mimos, porém, a criação realmente adequada para uma criança, não houve. Maddy morre por overdose de maconha em um quarto de hotel; mas ora, quem morre por overdose de maconha? E ainda assim tão cedo?

Madison morre e vai parar no Inferno, aonde aparentemente todos os seres ‘vivos’ vão quando falecem. Lá, acorda em uma cela suja e conhece outros jovens (Uma líder de torcida, um atleta, um nerd, e um punk) e que acabam se tornando ‘amigos’. Então, os cincos partem para conhecer melhor o mundo inferior, e... quem sabe, o Satã? Aquele que me Maddy anseia tanto por conversar.

A narrativa de Condenada é sem dúvidas um ponto bom. A narrativa engraçada (porém, inteligente) de Madison é cativante e instigante. Pode ser considerada também levemente polêmica. E pelo que pude perceber os livros em geral do autor levam este toque consigo. Ainda que em certos momentos senti esta ironia levemente forçada e não muito natural (algo pessoal, talvez), a narrativa foi algo que conseguiu me agradar.

É interessante acompanhar Madison e seu auto redescobrimento, sua mudança no decorrer da história; além do sofrimento interior que cada personagem conseguiu nos passar.

No inferno, 5 jovens se conhecem e caminham pelos terrenos, cada um guardando intimamente os motivos que os levaram até ali, afinal, quando se está no Inferno é quase impossível alguém não lhe perguntar o motivo real.

Condenada não obtém de um foco explícito, e isso te leva a somente aproveitar a leitura sem quaisquer expectativas. Confesso que me deparei com uma trama diferente do que imaginava, mas talvez isto não se encaixe em ‘decepções’, mas de ‘surpresas’.

“Está aí, Satã? Sou eu, Madison. Espero que isso não soe confuso demais. Mas eu abandono, sim, por meio desta e para sempre, o abandono da esperança. Sinceramente, desisti de desistir. É que não fui feita para ser essa pobre coitada desesperada, desiludida e sem aspirações pelo resto da eternidade, esparramada catotonicamente nas próprias fezes em um chão frio de pedra. A maior probabilidade é que o Projeto Genoma Humano vá descobrir algum da que eu carregava um gene recessivo para otimismo, porque, apesar de todos os esforços, ainda não consigo passar nem dois dias sem esperança nenhuma. Futuros cientistas vão chamar isso de Síndrome de Poliana, e forçada a palpitar, diria que a minha foi uma longa história de perseguição ao pote de ouro no fim do arco-íris. ”

Maddy  é uma personagem forte e sarcástica. Mesmo tão jovem, tem uma visão ampla (ainda que em certos momentos depreciativa, haha) do mundo que a cerca. É uma garota que consegue nos envolver e fazer-nos pensar em frases que podem ser sutis mas que têm um quê de verdade.

Em suma, Condenada é um livro que indico sim. Gostei, é uma leitura descompromissada, ainda que possa nos deixar refletindo levemente sobre certas questões. Suponho que este seja um primeiro volume (introdutório, talvez) de uma série com Madison Spencer, então aguardo ansiosa a próxima piadinha de Maddy. 

Uma líder de torcida, um atleta, um nerd, e um punk, unidos pelo destino para formar a versão “six-feet-under” do filme favorito de todos. O Clube da Luta

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